A floresta estava em polvorosa!
Os animais agitavam-se com a notícia do casamento da onça, é o que nos conta a fábula.
Não se falava em outra coisa.
Todos andavam radiantes com os olhos nos festejos prometidos.
Só uma velha rã não via o acontecimento com simpatia. Filósofa, sabidona, torcia a bocarra ante os comentários da bicharada.
O marreco, que vibrava à espera da festança, observando a cara desanimada da velha rã, disse um tanto impaciente:
- Que cara mais feia é essa, dona rã? Todos nós pinoteamos alegres, antegozando o festão e só você se mantém desconfiada? Qual é o motivo?
- Conservo-me indiferente por uma razão muito simples - falou a rã - nós, que vivemos acomodadas no nosso canto, sabemos muito a respeito da vida e desenvolvemos uma visão mais ampla do que vocês.
Responda-me agora uma coisa: se por acaso o Sol se casasse e a companheira tivesse a mesma capacidade de calor; então, em vez de aquecer a Terra sozinho, ele passaria a ser ajudado pela senhora Sol e depois pelos sóis filhos.
O que aconteceria? Certamente que as florestas e as águas ficariam secas, não é?
Com isso, nós, as rãs, os peixes e demais animais que vivem nas florestas.
Pois é exatamente esse o ponto que desejo que entenda: calamidade semelhante vai cair especialmente sobre vocês, que se relacionam com a onça.
Casa-se ela e já de início será a onça e o marido a perseguirem a bicharada.
Depois, naturalmente virão as oncinhas; e os animais da floresta deverão servir de alimento de toda a família.
Ora, se um só apetite já vem causando tanto mal a vocês, o que será quando forem três, quatro ou mais?
O marreco, apavorado ante as sábias considerações da rã, refletiu bem na situação daqueles que povoavam a floresta e concordou amedrontado:
- É isso mesmo. Pior do que um inimigo, são dois.
Autoria desconhecida
Se você conhece a autoria desta fábula, por favor envie-me para que eu possa dar crédito à mesma.
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