O camelo, de joelhos, esperava pacientemente que seu dono terminasse de carregá-lo.
Um saco, dois sacos, três, quatro...
- Quando será que vai parar? - perguntou a si mesmo o camelo.
Finalmente o dono estalou a língua e o camelo pôs-se em pé.
- Vamos! - disse o dono, puxando a rédea. Mas o camelo não se moveu.
- Vamos! - repetiu o dono, puxando a corda. Porém o camelo fincou as patas no chão e permaneceu no mesmo lugar.
- Compreendo - disse o dono. E, suspirando, retirou dois sacos das costas do camelo.
- Acho que isto é um peso justo - murmurou o camelo para si mesmo - e imediatamente pôs-se a andar.
Caminharam o dia todo em bom ritmo, e o dono achou que deviam chegar à aldeia. Mas em determinado momento o camelo parou.
- Coragem - disse-lhe o dono - faltam apenas algumas milhas para chegarmos. A única resposta do camelo foi deitar-se no chão.
- Minhas pernas me dizem - pensou consigo mesmo - que já andamos o bastante por hoje.
E o dono viu-se forçado a descarregar o camelo e acampar ao seu lado no deserto.
Leonardo da Vinci
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