O novo chefe da colméia gostou da função. E logo entendeu que preparar uma nova rainha não era o melhor caminho.
- Hoje em dia não se usa mais isso, pessoal.
Não dá pra escolher uma abelha igual a todas vocês e dar tratamento especial, com cuidados e geléias. Só pra ela ficar mais forte e depois mandar em tudo e em todos?
Zuza, a abelhinha agitada, concordou com Zezé.
- É mesmo. A gente dá uma superalimentação pra depois ter um mandão? E por que só ela pode comer do bom e do melhor daquilo que nós produzimos? Por que só ela pode ter filhos? Por que só ela garante a harmonia da colméia? Por que...
A preocupada Zenóbia não gostou dessa perguntação toda.
- Mas a monarquia, o governo da rainha, está na tradição da colméia!
Sem isso vai ser uma zorra, ninguém vai se entender! Tá tudo bem dividido, cada abelha com sua função certinha.
Pra que mudar, meu Deus?
Zezito, que não desgrudava de Zezé, apoiou o chefe.
- Não tem nada de mais, Zenóbia. Já foi o tempo em que a colméia aceitava a rainha só porque tinha que aceitar. A gente já é grandinho pra escolher!
- Escolher? - admirou-se Zenóbia.
- É isso mesmo, dona Zenóbia. Vai governar a colméia quem a gente escolher - retrucou Zezé.
- Mas ninguém aqui sabe escolher!
Com certeza vão atrás de quem é bom de conversa ou de quem é bonito. Papo não enche nosso papo de mel e beleza não põe mesa! - disse Zenóbia.
- Escolher quem vai governar é democracia - completou Zuza - e sem democracia não tem a tal de República, que quer dizer "coisa pública", isto é, de todos.
- Temos que acabar com a Coroa e com o Trono. Basta ter vôo alto, cara e coragem e não esperar pousado! - vibrou Zilá.
- Mas vamos com calma - falou Zezé - não é sair escolhendo assim, logo, logo.
Vamos nos preparar. Quem manda ainda sou eu.
E assim vai ser até que façamos as eleições para escolher o meu substituto.
- Vocês estão loucos, eleições? - estrilou Zenóbia.
- É - respondeu Zezé - mas não se preocupe. Tudo vai ser organizado sem pressa, sem prejudicar ninguém. Fica combinado assim:
um dia vai ter eleição para a escolha do meu substituto.
- Um dia? Em que dia? - perguntou Zuza.
- Depois a gente marca, Zuza. Ainda não é o momento.
- Espero que não seja no dia de São Nunca...
Autoria desconhecida
Se você conhece a autoria desta fábula, por favor envie-me para que eu possa dar crédito à mesma.
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