Por que o porco vive no chiqueiro?

Aconteceu quando o porco morava com o dentuço do seu tio, o javali, lá no meio da mata africana...
Os dois passavam as manhãs, alegres e despreocupados, fuçando o chão em busca de frutas e raízes. À tardinha, depois de ficarem horas e horas se banhando e chafurdando nas águas dos inumeráveis rios que cortam a profundeza da selva regressavam à casa, situada no oco de uma árvore muito velha, para tirarem uma longa soneca.
O javali adorava a vida ao ar livre. Graças aos seus pontiagudos e afiados dentes, não era incomodado, nem mesmo pelo poderoso rei da selva: o leão, que o tratava com todo respeito.
Mas o porco, muito do preguiçoso, vivia reclamando de tudo.
Um dia, ele chegou perto do rio e anunciou:
- Eu quero morar na aldeia dos homens.
- O quê? - respondeu o surpreso javali - as pessoas que moram naquelas estranhas cabanas cobertas de palha não gostam de bichos. Vão te prender - avisou.
- Estou cansado de comer só frutas e raízes todos os dias - protestou o porco.
- Não faça isso, sobrinho - pediu o javali - aqui nós vivemos em liberdade e junto à natureza - aconselhou o mais velho.
O porco, que vivia sonhando poder saborear as guloseimas dos caldeirões fumegantes das mulheres, não deu ouvidos às advertências do tio e partiu no dia seguinte.
A viagem até a aldeia dos homens foi longa, penosa e cheia de perigos. Mas o guloso, farejando a comida no ar, acabou chegando a um grande povoado.
As crianças do vilarejo, assim que avistaram o animal, foram correndo chamar os adultos. Os homens, armados de paus e porretes, pegaram o pobre do porco e o colocaram dentro de um cercado.
Desde esse dia ele vive preso no chiqueiro comendo restos de comida e, lamentando a sua sorte, choraminga dia e noite.
- Bem que meu tio disse para eu não vir para a aldeia dos homens.

Autoria desconhecida 

Se você conhece a autoria desta fábula, por favor envie-me para que eu possa dar crédito à mesma.

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