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O velho e a mosca

Repousava à soalheira um Velho calvo, com a cabeça descoberta, e uma Mosca não fazia senão picar-lhe na calva. Acudia logo o Velho com a mão, e como ela fugisse mui depressa, dava em si mesmo grandes palmadas, de que a Mosca gostava e se ria. Disse o Velho:
- Ride-vos, embora, de quantas vezes eu der em mim; que isso não me mata, mas se uma só vez vos acerta, ficareis morta, e pagareis o novo e o velho. 

Esopo
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O veado no lago

Um veado foi matar a sede em um lago. Enquanto bebia, viu seu reflexo na água.
Ficou muito orgulhoso dos chifres, tão grandes e com tantas galhadas!
Mas depois olhou para os pés, e ficou desapontado por serem tão pequenos e fracos.
Ele estava tão distraído quando surgiu um leão, saltando para cima dele.
O veado virou-se e correu. Como era muito ligeiro, conseguiu manter uma boa distância do leão, na campina aberta.
Porém, quando precisou entrar no bosque, a galhada do veado acabou presa nos ramos das árvores.
Não conseguiu mais correr, e o leão o alcançou.
Quando o leão o agarrou nas presas, o veado gritou:
- Que desgraça a minha! Fui salvo pelas próprias partes que desprezei e fui traído pelas partes que admirei!

Moral da Estória:
O que desvalorizamos, o que deixamos de lado, muitas vezes é o que nos mantém. 

Esopo
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O urso e as abelhas

Um urso topou com uma arvore caída que servia de deposito de mel para um enxame de abelhas. Começou a farejar o tronco quando uma das abelhas do enxame voltou do campo de trevos. Adivinhando o que ele queria, deu uma picada daquelas no urso e depois desapareceu no buraco do tronco. O urso ficou louco de raiva e se pôs a arranhar o tronco com as garras na esperança de destruir o ninho. A única coisa que conseguiu foi fazer o enxame ficar atrás dele. O urso fugiu a toda velocidade e só se salvou porque mergulhou num lago.

Moral da Estória:
Mais vale suportar um só ferimento em silêncio do que perder o controle e acabar todo machucado. 

Esopo
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O urso e a raposa

Um urso passava o tempo contando como gostava dos homens.
- Não vou lá perturbar nem estraçalhar os homens - disse ele.
A raposa respondeu com um sorriso:
- Eu ia ficar mais convencida com sua bondade se você não comesse eles vivos!

Moral da Estória:
Mais vale ter pena dos vivos do que respeito com os mortos. 

Esopo
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O soldado e o pífano

Um Soldado velho aposentado e enfadado da guerra, por se tirar de ocasiões, assentou de queimar todas as armas, que tinha; e pondo-o em efeito, tinha entre elas um Pífano, o qual lhe rogava que não quisesse queimá-lo, dizendo, que ele não era arma, nem instrumento de matar ou ferir, pelo que não merecia pena.
- Tu a mereces maior - respondeu o Soldado - e a ti hei de queimar primeiro; porque não prestando tu para pelejar, atiçavas os outros, se matassem na peleja.
E logo o queimou com as armas. 

Esopo
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Os galos e a perdiz

Um homem que tinha em sua casa dois galos, comprou uma perdiz doméstica, e a levou para junto dos galos, para alimentá-la. Esses a atacavam e perseguiam, e a perdiz, pensando que a maltratavam por ser de espécie diferente, se sentia humilhada. Porém, dias mais tarde viu que os galos lutavam entre si e que cada vez que se separavam, estavam cobertos de sangue. Então disse a si mesma:
- Já não me queixo que os galos me persigam, pois vejo que nem entre eles há paz.

Moral da Estória:
Se chegas a uma comunidade onde os vizinhos não vivem em praz, fica certo que tampouco te deixarão viver em paz. 

Esopo
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Os carneiros e o carniceiro

Estando juntos uns Carneiros, entrou o Carniceiro, e eles não se alvoroçaram, nem fizeram caso disso. Tomou o Carniceiro um e logo o matou; e nem com ver sangue temeram os outros. Foi por diante e os matou a todos um a um até o derradeiro, que, vendo-se manietado, disse:
- Por certo, com razão padecemos, pois vendo o nosso mal não quisemos entendê-lo. No princípio às marradas nos poderíamos defender, vendo que nos matavam, então não quisemos; agora eu só não posso: e assim acabámos todos. 

Esopo
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O rei dos bugios e os dois homens

Caminhavam dois companheiros, tendo perdido o caminho, depois de terem andado muito, chegaram à terra dos Bugios. Foram logo levados ante o rei, que vendo-os lhes disse:
- Na vossa terra, e nessa por onde vindes, que se disse de mim, e do meu reino?
Respondeu um dos companheiros:
- Dizem que sois rei grande, de gente sábia, e lustrosa.
O outro, que era amigo de falar verdade, respondeu:
- Toda vossa gente são bugios irracionais, forçado é que o rei também seja bugio.
Como isto ouviu o rei, mandou que matassem a este, e ao primeiro fizessem mimos, e o tratassem muito bem. 

Esopo
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O rato e a rã

Um rato da terra se fez amigo de uma rã, para sua desgraça. A rã, obedecendo a intenções desviadas atou a pata do rato a sua própria pata. Marcharam então primeiro pela terra para comer trigo, logo se aproximaram da beira do pântano e a rã, dando um saldo, arrastou para o fundo o rato, enquanto ficava na água lançando seus conhecidos gritos. O azarado rato, guinchando na água, se afogou, ficando a flutuar atado à pata da rã. O viu um martim-pescador que voava por ali e agarrou o ratão com suas garras, arrastando junto a rã, que também serviu de alimento ao pássaro.

Moral da Estória:
Toda ação que se faz com intenção de maldade, sempre termina contra o mesmo que a comete. 

Esopo
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O rato e a doninha

Uma Doninha, como de velha e cansada, não pudesse já caçar, usava esta manha: Enfarinhava-se toda e punha-se mui queda a um canto da casa. Vinham alguns Ratos que cuidando ser outra coisa, chegavam por comer, e ela os comia. Por derradeiro veio um Rato velho, que tinha já escapado de muitos trances, e posto de longe disse:
- Por mais artes que uses, não me colherás. Engana tu a esses pequenos; mas eu, conheço-te bem, não hei de chegar a ti.
E dizendo isto, foi-se. 

Esopo
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O ratinho da cidade e o ratinho do campo

Certo dia um ratinho do campo convidou seu amigo que morava na cidade para ir visitá-lo em sua casa no meio da relva. O ratinho da cidade foi, mas ficou muito chateado quando viu o que havia para jantar: grãos de cevada e umas raízes com gosto de terra.
- Coitado de você, meu amigo! - exclamou ele - leva uma vida de formiga! Venha morar comigo na cidade que nós dois juntos vamos acabar com todo o toucinho deste país!
E lá se foi o ratinho do campo para a cidade. O amigo mostrou para ele uma despensa com queijo, mel, cereais, figos e tâmaras. O ratinho do campo ficou de queixo caído. Resolveram começar o banquete na mesma hora. Mas mal deu para sentir cheirinho: a porta da despensa se abriu e alguém entrou. Os dois ratos fugiram apavorados e se esconderam no primeiro buraco apertado que encontraram. Quando a situação se acalmou e os amigos iam saindo com todo o cuidado do esconderijo, outra pessoa entrou na despensa e foi preciso sumir de novo. A essas alturas o ratinho do campo já estava caindo pelas tabelas.
- Até logo - disse ele - já vou indo. Estou vendo que sua vida é um luxo só, mas para mim não serve. É muito perigosa. Vou para minha casa, onde posso comer minha comidinha simples em paz.

Moral da Estória:
Mais vale uma vida modesta com paz e sossego que todo o luxo do mundo com perigos e preocupações. 

Esopo
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O pastor e o lobo

Fugiu um Lobo de um caçador que vinha em seu seguimento, e diante de um Pastor se escondeu em umas moutas, rogando-lhe que se o caçador lhe perguntasse, dissesse era ido. Ficou o Pastor de o fazer. E chegado o caçador, perguntando pelo Lobo, o Pastor lhe dizia que era ido, mas com a cabeça lhe acenava para onde estava; não atentou o caçador nos acenos, e foi-se. Saiu o Lobo e disse-lhe o Pastor:
- Que vai amigo, muito me deves, bom valedor tiveste em mim.
- Valeu-me a mim minha ventura - respondeu o Lobo - e não te entender o caçador, pelo que nada te devo, antes se bendigo a tua língua, amaldiçoo a tua cabeça, que tanto fez por me descobrir. 

Esopo
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O mosquito e o touro

Um mosquito pousou no chifre de um touro que pastava e lá ficou por muito tempo, vendo a paisagem.
Antes de ir embora, voou e perguntou ao touro:
- O meu peso o incomodou, senhor touro? Gostaria de saber a sua opinião! Se assim for, basta dizer e procurarei não incomodá-lo mais.
O touro, que sequer havia percebido a presença do mosquito, respondeu sem muito interesse.
- Tanto faz. Se quiser ficar, fique, se quiser ir, vá embora. Para mim não faz nenhuma diferença.

Moral da Estória:
Nem sempre os outros nos dão a importância que pensamos ter. 

Esopo
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O lobo mordido pelo cão

Sendo um Lobo mordido gravemente por um Cão, estava estirado na terra, sem se poder erguer. 
Vendo passar uma Ovelha, pediu-lhe, que lhe trouxesse uma pouca de água de um rio, que por ali corria, dizendo-lhe, que, se lhe dava de beber, ele lhe daria de comer. 
Entendeu a Ovelha ser aquilo assim; trouxe-lhe de beber, e contra sua vontade também de comer. 
A malícia faz grande dano aos simples. 

Esopo
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O lobo esfaimado

Passando um lobo esfaimado por uma casa, ouviu chorar dentro um menino, e lhe dizia a mãe:
- Se choras, hei-de-te dar ao lobo.
Este, parecendo-lhe ser aquilo assim, esperou um pouco; porém vendo que, sossegando-se o menino, a mãe, fazendo-lhe carícias, lhe dizia:
- Se vier o lobo havemos de matá-lo.
Uivando partiu dali, dizendo:
- Esta diz uma cousa, e faz outra! Há muitos cobiçosos, que cegos da sua utilidade, esperam cousas impossíveis. 

Esopo
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O lobo esfaimado

Passando um lobo esfaimado por uma casa, ouviu chorar dentro um menino, e lhe dizia a mãe:
- Se choras, hei-de-te dar ao lobo.
Este, parecendo-lhe ser aquilo assim, esperou um pouco; porém vendo que, sossegando-se o menino, a mãe, fazendo-lhe carícias, lhe dizia:
- Se vier o lobo havemos de matá-lo.
Uivando partiu dali, dizendo:
- Esta diz uma cousa, e faz outra! Há muitos cobiçosos, que cegos da sua utilidade, esperam cousas impossíveis. 

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O lobo esfaimado

Passando um lobo esfaimado por uma casa, ouviu chorar dentro um menino, e lhe dizia a mãe:
- Se choras, hei-de-te dar ao lobo.
Este, parecendo-lhe ser aquilo assim, esperou um pouco; porém vendo que, sossegando-se o menino, a mãe, fazendo-lhe carícias, lhe dizia:
- Se vier o lobo havemos de matá-lo.
Uivando partiu dali, dizendo:
- Esta diz uma cousa, e faz outra! Há muitos cobiçosos, que cegos da sua utilidade, esperam cousas impossíveis. 

Esopo
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O lobo e o cão

Encontrando-se um Lobo e um Cão em um caminho, disse o Lobo: Inveja tenho companheiro, de te ver tão gordo, com o pescoço grosso e cabelo luzidio; eu sempre ando magro e arrepiado. Respondeu o Cão:
- Se tu fizeres o que eu faço, também engordarás. Estou em uma casa, onde me querem muito, dão-me de comer, tratam-me bem; e eu tenho cuidado só de ladrar quando sinto ladrões de noite. Por isso, se queres, vem comigo, terás outro tanto? Aceitou o Lobo, e começaram a ir.
Mas no caminho disse o Lobo:
- De que é isso companheiro, que te vejo o pescoço esfolado?
Respondeu o Cão:
- Porque não morda de dia aos que entram em casa, estou preso com uma corda, de noite me soltam até pela manhã, que tornam a prender-me.
- Não quero tua fartura - respondeu o Lobo - a troco de não ser cativo, antes quero trabalhar, e jejuar livre.
E dizendo isto se foi. 

Esopo
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O lobo e o cabrito

Uma Cabra, indo pastar ao campo, deixou o filho em casa e mandou-lhe que não abrisse ao Urso, nem lobo, que ali viesse, porque morreria. 
Ida ela veio um Lobo, e fingindo a voz de Cabra, começou a afagar o cabrito, dizendo - que lhe abrisse, que era sua mãe. 
Ouvindo isto o Cabrito, chegou a porta e por uma fenda olhou, e viu o Lobo, e sem outra resposta virou as costas e recolheu-se em casa. 
O Lobo foi-se, e ele ficou salvo. 

Esopo
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O lobo e o asno doente

Estava o Asno mal-disposto, e foi o Lobo visitá-lo, fazendo-se muito amigo. Tomou-lhe o pulso, correu-lhe a mão pelo rosto e disse que queria curá-lo. Estava o Asno quedo, bem desejoso de se ver a cem léguas do Lobo, o qual lhe apalpava os membros todos. Perguntou onde lhe doía, e apertava-o e arrepelava-o tanto, que disse o Asno:
- Onde quer que me pões a mão, logo aí me dói; mas rogo-te que te vás e não me cures, que ido tu, sararei logo. 

Esopo
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