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O vinho de Maomé

Certo dia colocaram vinho, este divino suco da uva, dentro de uma magnífica taça de ouro que estava a mesa de Maomé.
- Oh, que honra! - pensou o vinho - que glória para mim estar à mesa de Maomé!
Porém, subitamente ocorreu-lhe outro pensamento e ele disse consigo mesmo:
- Mas que honra é essa, e que glória? Por que estou tão satisfeito? Nada disso é verdade. Escute, chegou a hora de minha morte. Dentro em breve deixarei minha linda casa, esta magnífica taça de ouro, para entrar na escura caverna do corpo humano.
E uma vez lá dentro, meu suco doce e perfumado será transformado em água.
Oh, céus! - gritou desesperado - façam justiça, vinguem-me por tal ofensa! Não é justo que me desprezem assim! Júpiter, pai Júpiter - orou o vinho - mesmo que esta terra produza as melhores e mais lindas uvas do mundo, fazei com que elas não se transformem em vinho!
Júpiter ouviu a prece do vinho e decidiu atendê-la.
Quando Maomé terminou de beber o conteúdo da taça de ouro, Júpiter fez com que todos os vapores do vinho lhe subissem à cabeça e ele ficou embriagado. E enquanto estava sob o efeito do vinho, Maomé comportou-se como um louco, fazendo bobagens uma atrás da outra. Quando finalmente ficou novamente sóbrio, baixou uma lei proibindo a seus seguidores que tomassem vinho.
Desse dia em diante, a vinha, com suas gostosas frutas, foi deixada em paz. 

Leonardo da Vinci
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O ursinho e as abelhas

Um filhote de urso estava passeando pela floresta quando viu um buraco no tronco de uma árvore.
Olhando mais de perto, reparou que uma porção de abelhas entravam e saíam constantemente do buraco. algumas permaneciam em frente à entrada como se estivessem montando guarda. Outras chegavam voando e entravam. Outras ainda saíam e sumiam pela floresta a dentro.
Cada vez mais curioso, o ursinho pôs-se em pé nas patas traseiras, meteu o focinho no buraco, farejou e depois enfiou uma pata.
Quando retirou a pata ela estava lambusada de mel.
Porém mal começara a lambê-la quando um enxame de abelhas enfurecidas saiu do buraco e atacou-o, mordendo-lhe o focinho, as orelhas, a boca, todo ele.
O ursinho tentou defender-se, mas se enxotava as abelhas para um lado elas voltavam e atacavam pelo outro. Enfurecido, tentou vingar-se através de golpes pelos dois lados. Porém, querendo atingir a todas, não conseguiu derrubar nenhuma. Finalmente rolou pelo chão até que, vencido pelo medo e pela dor das picadas, voltou correndo e chorando para junto de sua mãe. 

Leonardo da Vinci
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Os tordos e a coruja

Estamos livres! Estamos livres! - gritaram os tordos certo dia, vendo que um homem apanhara a coruja - agora a coruja não vai mais nos assustar. Agora dormiremos em paz.
De fato, a coruja caíra numa armadilha e o homem a colocara dentro de uma gaiola.
- Vamos ver a coruja na prisão! - disseram os tordos, voando e cantando em volta da gaiola de sua inimiga.
Porém o homem capturara a coruja com outra finalidade, a de apanhar os tordos. A coruja aliou-se imediatamente a seu captor, que prendeu-a pelo pé e colocava-a diariamente em cima de uma estaca, bem à vista. A fim de poderem ver a coruja, os tordos voaram para as árvores próximas, nas quais o homem escondera gravetos cobertos de visgo. E assim como a coruja, os tordos também perderam a liberdade.

Moral da Estória:
Esta fábula é dirigida a todos os que se alegram quando um opressor perde a liberdade. Pois o conquistado logo se torna aliado ou instrumento do conquistador, enquanto que todos aqueles que nele confiam sucumbem a outro senhor, perdem a liberdade, e freqüentemente também suas vidas. 

Leonardo da Vinci
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Os pássaros e seus instintos

Era uma vez dois ninhos no mesmo jardim. Um ficava num cipreste e o outro numa oliveira.
Um dia o passarinho que morava no cipreste roubou um ovo do que morava na oliveira e juntou-o aos ovos que estava chocando.
Passado algum tempo os ovos de ambos os ninhos abriram e os filhotes nasceram. Cresceram e tornaram-se cobertos de penas, e finalmente chegou o grande dia de seu primeiro vôo.
Um após o outro, os filhotes que moravam na oliveira atiraram-se ao espaço, deram uma volta e voltaram felizes para seu ninho.
Um após o outros os filhotes que moravam no cipreste atiraram-se ao ar e voaram pelo jardim. Porém um deles, em vez de voltar para o cipreste, vôou para o ninho que ficava na oliveira.
Era o passarinho que nascera do ovo roubado, voltando instintivamente para sua verdadeira mãe. 

Leonardo da Vinci
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O salgueiro e a vinha

O salgueiro é uma árvore de crescimento rápido e vigoroso. Seus ramos crescem a olhos vistos e logo tornam-se mais longos que os de qualquer outra árvore.
Um dia, porém, a fim de ter companhia, o salgueiro resolveu casar com a vinha.
- Você está louco! - disse-lhe uma amiga - nós, os salgueiros, somos feitos para crescer mais depressa que qualquer outra árvore. O que é que você vai fazer com uma vinha pendurada em você?
Porém, mesmo assim, houve o casamento. O salgueiro juntou-se à vinha, ou melhor, permitiu-lhe agarrar-se a seu tronco.
Porém a vinha produziu lindos cachos de uva, ao passo que o salgueiro não dá frutos. E então, certo dia, quando o fazendeiro descobriu a vinha enrolada no salgueiro, resolveu podar ambos, temendo que o salgueiro arrancasse a vinha do chão.
E assim, ano após ano, os belos ramos do salgueiro foram podados pelo cuidadoso fazendeiro, e a árvore, decepada e mutilada, passou a ser apenas um apoio para os cachos de uva de sua afortunada companheira. 

Leonardo da Vinci
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O salgueiro e a abóbora

Era uma vez um pobre salgueiro que jamais tivera a alegria de ver seus ramos erguendo-se alto em direção ao céu. Em primeiro lugar havia uma vinha enroscada em seu tronco, e havia também outras parasitas. Sempre acontecia algo que o impedia de crescer e freqüentemente ele se via quebrado e mutilado.
Juntando todas as suas forças, o salgueiro pôs-se a sonhar e depois a pensar na melhor maneira de livrar-se daquela escravidão.
Pensou e tornou a pensar em cada uma das plantas que o cercavam e nas necessidades peculiares a cada uma delas, de modo a encontrar finalmente, uma que nunca precisasse apoiar-se nos ramos de um pobre salgueiro.
Ruminou esses pensamentos dia após dia até que finalmente teve uma idéia e encontrou um solução.
- Sim, é claro... A abóbora!
Radiante, o salgueiro agitou os ramos. A abóbora era realmente a companheira ideal, pois era mais apta a dar apoio aos outros que a apoiar-se em alguém. Uma vez feita a escolha, o salgueiro estendeu seus ramos em direção ao céu, na esperança de que algum pássaro amigo o visse. Nesse exato momento veio vindo uma pega. Imediatamente o salgueiro chamou-a e disse:
- Querido pássaro, espero que você não tenha esquecido a ajuda que lhe dei há alguns dias atrás, naquela manhã em que um malvado falcão queria devorá-la, e você escondeu-se nos meus galhos. E espero que se lembre de todas as vezes em que você descansou em mim, quando suas asas estavam cansadas, e de quanto já se divertiu brincando em meus ramos com suas companheiras. Por tudo isso, querido pássaro, espero que você não recuse o favor que vou lhe pedir. É o seguinte: suplico-lhe que procure uma abóbora e peça-lhe que lhe dê algumas sementes. E eu direi a essas sementes que não tenham medo de mim. Quando seus brotos crescerem eu os tratarei como se fossem meus próprios filhos. Imploro-lhe - acrescentou o salgueiro - que escolha cuidadosamente as palavras. Convença a abóbora a lhe dar as sementes e persuada as sementes a virem amigavelmente com você. Você é mestra em belas palavras, amiga pega, e não preciso ensinar-lhe o que deve dizer. Se você me fizer esse grande favor, terei o maior prazer em deixar você construir seu ninhos em meus ramos e em cuidar dele e de toda a sua família sem lhe cobra nada.
Em seguida a pega fez um pacto com o salgueiro e ele prometeu formalmente não deixar ficarem em seus ramos nem serpentes nem doninhas.
Então a pega baixou a cabeça, ergueu o rabo e mergulhou da árvore jogando todo o peso de seu corpo sobre as asas. Atravessando o ar com rápidas batidas de asas e usando o rabo como se fosse um leme para virar à direita e à esquerda, encontrou finalmente uma abóbora.
- Meus cumprimentos - disse a pega para a abóbora - e minhas saudações.
Acrescentou muitas outras palavras amáveis e delicadas e terminou pedindo as sementes tão desejadas pelo salgueiro.
Quando obteve as sementes voltou para junto da árvore amiga, que a recebeu com alegria.
- Agora você precisa plantá-las - disse o salgueiro.
A pega vôou depressa para o chão, escavou a terra aos pés do salgueiro, pegou as sementes com o bico e plantou-as uma a uma em volta do tronco.
Em breve as sementes brotaram e os pequenos pés de abóbora nasceram e continuaram a crescer, espalhando novos galhos que aos poucos aprisionaram todos os ramos no salgueiro. Além disso, as grandes folhas dos pés de abóbora impediam que a árvore pudesse ver toda a beleza do céu e do Sol.
Como se isso tudo não bastasse, quando as abóboras cresceram, seu peso puxou para baixo, em direção à terra, os pequenos brotos das pontas do salgueiro, machucando-os e estragando-os. O salgueiro tentou em vão remexer-se e agitar-se para se livrar das abóboras. Durante dias contorceu-se, convicto de que estava se libertando. Estava tão desesperado que nem chegou a perceber que as abóboras estavam presas a ele com tantos nós que ninguém jamais conseguiria soltá-las.
Ao ver o vento passar o salgueiro gritou de dor e pediu socorro.
O vento ouviu e soprou com mais força.
Então o tronco, privado de alimento pelas abóboras, partiu-se em dois até à raiz. Um parte do salgueiro caiu para um lado e a outra metade para o lado oposto. Chorando de infelicidade o salgueiro chegou à conclusão de que não nascera sob uma boa estrêla. 

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O riacho

Um riacho da montanha, esquecendo-se de que devia sua água à chuva e a pequenos córregos, resolveu crescer até ficar do tamanho de um rio.
Pôs-se então a atirar-se violentamente de encontro às suas margens, arrancando terra e pedras a fim de alargar seu leito.
Mas quando a chuva acabou, a água diminuiu. O pobre riacho viu-se preso entre as pedras que arrancara de suas margens e foi forçado a, com grande esforço, encontrar outro caminho para descer até o vale.

Moral da Estória:
Quem tudo quer tudo perde. 

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O loureiro e a murta

Dois camponeses, com seus machados, aproximaram-se de uma pereira.
- Pereira! - gritou o loureiro - eles vão ferir você!
E realmente os camponeses puseram-se a golpear, com seus machados, o tronco da árvore.
- Pereira! - exclamou a murta - o que é isto? Que foi feito do seu orgulho quando seus galhos estavam cobertos de frutos?
- Agora - acrescentou o loureiro - você não poderá mais nos fornecer sua sombra.
A pereira, mortalmente ferida, murmurou:
- Vou-me embora com estes camponeses. Estão cortando meus galhos e vão me levar para o estúdio de um famoso escultor. Ele vai me entalhar sob a forma do deus Júpiter e depois serei levada para um templo construído especialmente para mim, e todos os homens virão me adorar. E você, loureiro, e você, murta, freqüentemente encontrarão seus ramos quebrados e desfolhados, porque as pessoas virão buscá-los a fim de coroar-me e honrar-me, como convém a um deus. 

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O rato, a doninha e o gato

Certa manhã, um ratinho não podia deixar sua toca, porque uma doninha faminta esperava do lado de fora. Ele sabia que estava correndo um perigo enorme, e tremia de medo. Mas, de repente, um gato surgiu do nada e pulou sobre a doninha, segurando-a com os dentes. Em instantes, ela estava morta, sendo devorada em seguida pelo felino.
- Céus, muito obrigado - disse o rato, que viu toda a cena pela abertura da toca - em gratidão, vou sair e oferecer um pouco de minha comida para você.
E assim foi feito. Mas, aliviado por ter escapado de um perigo, o tolo se esqueceu de outro. O gato, por ser um gato, acabou devorando-o também. 

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O pessegueiro

Um pessegueiro olhou para a castanheira a seu lado e invejou os galhos carregados de sua companheira.
- Por que esta árvore dá tantos frutos, pensou ele - e eu produzo tão poucos? Isto não é justo. Vou tentar fazer o mesmo.
- Não tente - disse-lhe um jovem pé de ameixas que lera o pensamento do pessegueiro - você não reparou na grossura dos galhos da castanheira? Não vê o tamanho do tronco? Cada um de nós deve dar aquilo que é capaz. Pense em produzir bons pêssegos. O importante é a qualidade, e não a quantidade.
Porém o pessegueiro, cego de inveja, não lhe deu ouvidos. Pediu a suas raízes que sugassem mais alimento do solo, que seus veios transportassem mais seiva, que seus ramos dessem mais flores e que as flores se transformassem em frutas até que, ao chegar a época da colheita, ele estivesse carregado de cima a baixo.
Mas quando os pêssegos amadureceram, seu peso aumentou, e os galhos não conseguiram sustentá-los. O tronco também não agüentou aqueles galhos tão carregados de frutas. Com um gemido, o pessegueiro curvou-se. E então, num grande estrondo, o tronco quebrou e caiu. E os pêssegos apodreceram ao pé da castanheira. 

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O pintassilgo

Ao voltar para o ninho, trazendo no bico uma minhoca, o pintassilgo não encontrou seus filhotes. Alguém os havia levado embora durante sua ausência.
Começou a procurá-los por toda parte, chorando e gritando.
A floresta inteira ecoava seus gritos, mas ninguém respondia.
Dia e noite, sem comer nem dormir, o pintassilgo procurou seus filhotes, examinando todas as árvores e olhando dentro de todos os ninhos.
Certo dia, um pássaro lhe disse:
- Acho que vi seus filhotes na casa do fazendeiro.O pintassilgo vôou, cheio de esperança, e logo chegou à casa do fazendeiro.
Pousou no telhado, mas lá não havia ninguém. Vôou para o pátio, ninguém.
Então, levantando a cabeça, viu uma gaiola pendurada do lado de fora de uma janela. Os filhotes estavam presos lá dentro.
Ao verem a mãe subindo pela grade da gaiola, os filhotes começaram a piar, suplicando-lhe que os libertasse.
O pintassilgo tentou quebrar as grades com o bico e com as patas, mas foi em vão.
Em seguida, com um grito de grande tristeza, vôou novamente para a floresta.
No dia seguinte o pintassilgo voltou para junto da gaiola dentro da qual seus filhotes estavam presos. Fitou-os longamente, com o coração carregado de tristeza.
Em seguida alimentou-os um a um, através das grades, pela última vez.
Levara-lhes uma erva venenosa, e os passarinhos morreram.
- Antes a morte - disse o pintassilgo - do que perder a liberdade. 

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O olmo e a figueira

Uma figueira, carregada de figos que ainda não haviam amadurecido, olhou para uma árvore que lhe fazia sombra e viu que ela não tinha frutos.
- Quem é você para ousar impedir que meus figos recebam Sol?
- Sou o olmo - respondeu a árvore.
- E não tem um só fruto! - prosseguiu a figueira - você não tem vergonha de ficar em pé na minha frente? Mas espere só esses meus filhos crescerem, e aí você vai ver. Cada um vai tornar-se uma árvore e todos juntos vamos formar uma floresta e cercar você.
E realmente os figos amadureceram. Porém, quando estavam maduros, passou um batalhão de soldados. subiram na árvore para apanhar os figos, quebrando os galhos e as folhas. Não sobrou nem um só fruto, e a pobre figueira ficou estragada e mutilada.
O olmo teve pena e disse:
- Oh, figueira, teria sido melhor para você não ter tido filhos! Você não teria tido tantas falsas esperanças. É por isso que você agora se encontra nesse estado. 

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O lobo

Certa noite, atraído pelo cheiro de um rebanho de carneiros, o lobo saiu cautelosamente da floresta. Andando em passos lentos, pisando com todo o cuidado para evitar qualquer barulho que pudesse acordar o cachorro adormecido, aproximou-se do aprisco.
Porém uma pata desatenta pisou numa tábua, a tábua rangeu e o cachorro acordou. O lobo teve que fugir, esfomeado e sem alimento. E assim, por causa de uma pata desatenta, todo o animal foi prejudicado. 

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O papel e a tinta

Certo dia uma folha de papel que estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas exatamente iguais a ela, viu-se coberta de sinais. Uma pena, molhada de tinta preta, havia escrito uma porção de palavras em toda a folha.
- Porque você não me poupou dessa humilhação? - disse, furiosa, a folha de papel para a tinta.
- Espere! - respondeu a tinta - eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora você não é mais apenas uma folha de papel, mas sim uma mensagem. Você é a guardiã do pensamento humano. Você se transformou num documento precioso!
E, realmente, pouco depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas para jogá-las na lareira. Mas subitamente reparou na folha escrita com tinta, e então jogou fora todas as outras, guardando apenas a que continha uma mensagem escrita. 

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O leão e o cordeirinho

Certo dia deram como alimento a um leão enjaulado um pequeno cordeiro.
O cordeiro era tão humilde e inocente que não teve medo do leão, e em vez disso aproximou-se bem dele, como se fosse sua mãe, com olhar de ternura e admiração.
O leão, desarmado por tanta inocência, não teve coragem de matar o cordeiro. Resmungando, desistiu de satisfazer sua fome. 

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O testamento da águia

Há muitos anos atrás, uma águia majestosa morava sozinha no cume de uma alta montanha. Um dia sentiu que a hora de sua morte aproximava-se. Com um possante grito chamou pelos filhos, que moravam mais abaixo. Quando viu todos reunidos, olhou para eles, um a um, e disse-lhes:
- Cuidei de vocês e criei-os de maneira a que pudessem olhar diretamente para o Sol. Deixei morrer de fome seus irmão que não suportavam enfrentar o Sol. Por esse motivo, vocês merecem voar mais alto que todos os outros pássaros. Qualquer um que deseje preservar sua vida não atacará os ninhos de vocês. Todos os animais temerão e vocês jamais farão mal aos que os respeitarem. Deixem-nos comer os restos de suas presas.
Agora estou prestes a deixá-los. Porém não morrerei aqui em meu ninho. Voarei para bem alto, até onde minhas asas conseguirem me levar. Irei em direção ao Sol a fim de me despedir. Os fogosos raios do Sol queimarão minhas velhas penas. Cairei em direção à terra e finalmente para dentro d'água.
Porém milagrosamente surgirei novamente da água, rejuvenescida e pronta a iniciar nova existência. É essa a sina das águias, é nosso destino.
A essas palavras a águia levantou vôo. Majestosa e solenemente vôou em torno da montanha onde estavam seus filhos. Depois, subitamente, subiu em direção ao Sol que queimaria sua velhas asas cansadas. 

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O jumento e o gelo

Era uma vez um jumento que estava muito cansado e sentiu-se sem forças para ir até o estábulo.
Isso aconteceu no inverno, e fazia muito frio. Todas as ruas estavam cobertas de gelo.
- Vou ficar aqui - disse o jumento, deitando-se no chão.
Um pequenino pardal vôou para junto dele e murmurou-lhe ao ouvido:
- Jumento, você não está na rua, mas sim sobre um lago congelado. Seja prudente!
O jumento estava cansado. Não tomou conhecimento do aviso. Bocejos e adormeceu.
O calor de seu corpo começou aos poucos a derreter o gelo, que, finalmente, estalou e partiu-se.
Ao ver-se dentro d'água, o jumento acordou aterrorizado. E enquanto nadava na água gelada, arrependeu-se por não ter ouvido o conselho do pardal amigo. 

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O cedro e as outras árvores

No meio de um jardim, junto a muitas outras árvores, havia um lindo cedro. Crescia a cada ano que passava, e seus galhos superiores eram muito mais altos que os das outras árvores.
- Tirem daí essa castanheira - disse o cedro, inflado de orgulho ante sua própria beleza. E a castanheira foi removida.
- Levem embora aquela figueira - disse o cedro - ela me incomoda. E a figueira foi arrancada.
- Tirem as macieiras - prosseguiu o cedro, erguendo alto sua bela cabeça. E as macieiras se foram.
Assim, o cedro fez com que uma a uma todas as outras árvores do jardim fossem arrancadas, até ficar sozinho, dono do grande jardim.
Porém um dia houve uma forte ventania. O lindo cedro lutou com todas as forças, agarrando-se à terra com suas longas raízes. Porem o vento, sem outras árvores para detê-lo, dobrou e feriu cruelmente o cedro e finalmente, com grande estrondo, derrubou-o ao chão. 

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O cedro

Era uma vez um cedro que sabia o quanto era bonito.
Ficava no centro do jardim e era mais alto que todas as outras árvores. O arranjo absolutamente simétrico de seus galhos fazia-o parecer um grande candelabro.
- Como seria eu se produzisse frutos? - pensou ele - seria certamente a árvore mais bonita do mundo.
E então começou a observar as outras árvores e tentou imitá-las. Finalmente, bem no alto do cedro, surgiu um lindo fruto.
- Agora preciso alimentá-lo - pensou o cedro consigo mesmo - preciso ajudá-lo a crescer.
E o fruto começou a crescer e a inchar até tornar-se grande demais. O topo do cedro não conseguiu mais suportar-lhe o peso e começou a curvar-se. E quando o fruto amadureceu, o topo, que fora o orgulho e a alegria da árvore, ficou pendurado com um ramo partido. 

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O caranguejo

Um caranguejo notou que diversos peixinho preferiam, ao invés de se aventurarem pelo rio a fora, nadar prudentemente em torno de uma pedra.
A água era límpida como ar, e os peixes nadavam tranqüilos, gozando tanto a sombra quanto a luz do Sol.
O caranguejo esperou a chegada da noite, e ao certificar-se de que ninguém o veria, escondeu-se embaixo da pedra de seu esconderijo, como um ogre em sua caverna, ficou à espreita, e quando os peixinhos passaram perto, atacou-os e devorou-os.
- Isso não está certo - resmungou a pedra - não quero ajudar você a matar esses pobres inocentes.
O caranguejo não deu ouvidos à pedra. Satisfeito e feliz, continuou a atacar os peixinhos, que tinham um sabor delicioso.
Porém um dia houve uma enchente inesperada. O rio avolumou-se e empurrou a pedra com toda a força. A pedra rolou pelo leito do rio e esmagou o caranguejo que se escondia em baixo dela. 

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