A gaivota que não podia voar

Uma gaivota teve uma ninhada de filhotes lindos, que saíram dos ovinhos num dia de Sol...
Logo a mamãe gaivota notou que havia algo diferente com um dos filhotes.
Vivi era uma gaivota muito tímida.
Enquanto todos os outros filhotes já estavam ensaiando passos fora do ninho, Vivi nem sequer se mexia do lugar.
A gaivotinha tinha dificuldades na hora de pegar o alimento e parecia estar sempre olhando para o infinito. Como se visse algo diferente no ar.
Logo a mãe de Vivi compreendeu. A gaivotinha não podia ver. Jamais veria a cor do céu, do mar, das árvores...
Quando Vivi começou a sair do ninho, ajudada pela mãe gaivota, virou motivo de piada dos outros irmãos.
Por não enxergar, batia nas árvores, tropeçava em galhinhos e caía no chão.
- Ah, ah, ah! Olha só que gaivota atrapalhada! - assim gritavam as gaivotas do grupo, que riam de Vivi.
Quando ficava sozinha, Vivi chorava baixinho.
- Por que todos podem ver e eu não? Por que Deus do céu me fez nascer assim?
A mamãe gaivota consolava Vivi:
- Quando Deus nos faz diferentes por algum motivo, nos dá em dobro capacidades que os outros não têm. Você pode ver com o coração e um dia vai descobrir um dom maravilhoso.
Vivi aprendeu, aos poucos, a conhecer o lugar onde morava.
Voando ao lado da mãe gaivota, ela ficou sabendo onde estava cada árvore, cada rochedo, onde estava a praia e onde chegavam as ondas do mar.
Vivi aprendeu a pescar, mergulhando nas ondas para pegar peixes e quando voava, sentindo o vento nas asas, sentia-se uma gaivota muito especial...
Aos poucos, Vivi aceitou o fato de ter nascido diferente das outras gaivotas.
E as brincadeiras já não a faziam chorar.
Assim, começou a treinar vôos diferentes, alguns mais altos, outros mais baixos que as gaivotas comuns não conseguiam fazer.
As outras gaivotas, reunidas em bandos, continuavam a rir de Vivi:
- Vejam, ela quer se mostrar! Acha que pode voar como um avião!
Mas... no meio delas, uma pequenina gaivota passou a admirar Vivi e resolveu se aproximar.
No início, muito cautelosa, apenas observava Vivi de longe, depois escondida atrás das pedras, seguia de pertinho cada passo de Vivi.
- Venha cá - disse um dia Vivi, sentindo que a gaivotinha a estava espiando.
- Desculpe, pensei que você não pudesse ver.
Vivi então explicou que seus olhos não enxergavam, mas seu coração era capaz de sentir tudo o que ocorria ao seu redor.
- Posso aprender a voar como você? - perguntou a gaivotinha.
- É claro - disse Vivi, abraçando a nova amiga com suas longas asas.

Autoria desconhecida 

Se você conhece a autoria desta fábula, por favor envie-me para que eu possa dar crédito à mesma.

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