O leão doente

Um velho leão estava doente no seu covil. Foram todos os animais visitá-lo, mas nenhum podia fazer nada por ele, e o leão sentia-se cada vez mais fraco.
- Já reparou, senhor Leão - disse o lobo um dia - que a raposa ainda não o veio visitar? Vê-se logo que não quer saber de si para nada, mas quando o senhor está de boa saúde não se cansa de lhe fazer tagatés.
Aconteceu que a raposa ia a passar nessa altura e, ouvindo o que disse o lobo, espreitou com o focinho comprido para dentro do covil.
- Senhor, parece-me que o lobo não percebe nada do que se passa. Eu preocupo-me mais consigo do que todos os outros animais. Enquanto ele estava aqui de conversa, eu com tudo à procura de um remédio para si. Estou exausta.
- E encontraste alguma coisa? - perguntou o leão com mau modo.
- Claro que encontrei. Falei com um velho médico que sabe muito bem o que diz. E diz que o senhor se deve abafar com a pele de um lobo acabado de matar. É a única coisa que o vai pôr bom.
E antes que o lobo tivesse tempo de raciocinar, o leão levantou-se e matou-o para lhe tirar a pele.
- Ah! Ah! - riu a raposa - não é tão cedo que vai arranjar mais sarilhos, senhor Lobo.

Moral das Estória:
Os intriguistas são vítimas da própria intriga. 

Esopo

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