O lobo, a raposa e o macaco

O lobo e a raposa eram velhos inimigos. Estavam sempre a fazer partidas um ao outro. Certo dia o lobo acusou a raposa de lhe ter roubado uma peça de carne.
- É mentira - gritou a raposa - não lhe roubei carne nenhuma.
- Eu vi - afirmou o lobo - ela fugiu com o meu almoço.
A raposa apelou para os outros animais.
- Quem acredita num patife tão falso como este? - perguntou ela, furiosa - todos sabem que ele é mais desonesto do que uma víbora de duas cabeças.
- Ah! - rosnou o lobo - se vamos falar em honestidade, lembra-se das galinhas que convidou para cear? E daquela do coelhinho a quem ensinou o caminho de casa? Devem vir aqui testemunhar em seu favor?
- Certamente - respondeu a raposa com dignidade - eu vou chamá-los se o senhor também chamar umas quantas ovelhas atrás de quem eu o vejo muita vez.
E a discussão continuava, até que por fim pediram a um macaco que fosse o juiz. O macaco era um animal muito sábio e ouviu em silêncio os longos discursos que eles faziam em sua própria defesa. Por fim, o macaco disse:
- Na minha opinião, senhor Lobo, o senhor nunca ficou sem a peça de carne. E quanto a si, dona Raposa, tenho a certeza de que fugiu com ela. E como está mais que visto que ambos só dizem mentiras, fora daqui, antes que mande os dois para a prisão.

Moral das Estória:
Ninguém acredita em mentirosos. 

Esopo

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